racionalidade e epistemologia

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O ELEITOR SABE VOTAR: é o sistema eleitoral que foi elaborado para confundir

Muita gente diz que "o eleitor não sabe votar". Penso que essa afirmativa traduz uma racionalidade absurda para não dizer irracionalidade!


É fato que nas eleições proporcionais (legislativas) o eleitor nunca sabe exatamente em quem está votando. Ele pensa que escolhe um determinado candidato mas na prática, acaba elegendo outro, do qual nunca ouviu falar, o que poderia constituir-se como base de argumentação para seus detratores. Mas a coisa é mais complexa. 


Então por que isso acontece?

Pela simples razão de que o nosso Sistema Eleitoral não elege necessariamente os candidatos mais votados como poderia logicamente ser. Há uma "arquitetura eleitoral" feita para retirar do eleitor qualquer possibilidade de compreensão.


Primeiro os candidatos somam votos para a legenda (sigla) ou coligação (várias siglas juntas). Só depois de verificado se esta legenda ou coligação alcançou o coeficente eleitoral necessário para eleger um ou mais candidatos é que serão atribuídos os votos aos mais votados. E estes se elegerão em número permitido pela soma dos votos angariados por sua legenda ou coligação. E aqui encontra-se a explicação simples do porque os partidos lançam uma quantidade enorme de candidatos "puxadores de voto".


Portanto, mesmo que alguém alcance expressivo número de votos poderá não ser eleito se sua legenda ou coligação não alcançar o coeficiente eleitoral necessário para elegê-lo. Da mesma forma e em sentido oposto, um candidato que alcance apenas um (1) voto pode se eleger! E isto já aconteceu recentemente em Medianeira no Paraná: suplente de vereador assumiu com apenas um (1) voto!


Quem disse que o eleitor não sabe votar? Como o cidadão mais simples vai compreender essas coisas absurdas? Como o cidadão pode votar consciente e fazer valer o seu voto, se este é desviado legalmente para outro candidato que ele nem conhece? Nessas condições como dizer que "o eleitor não sabe votar"?


Creio que estes esclarecimentos sobre a metodologia usada para eleger os representantes da população no Legislativo (das três esferas) deveriam ser ministrados cedo, na Educação Fundamental. Só assim, no futuro poderíamos ter cidadãos eleitores capazes de desvendar meios de vencer o Sistema Eleitoral e fazer valer o voto consciente.

Mas essa iniciativa deveria ser dos próprios professores porque não parece ser do interesse das elites políticas, tampouco, dos que se encontram no Poder.





























DIGA NÃO À REELEIÇÃO: mas eles vão tentar nos enganar de novo!

Não falemos aqui de corrupção, mas a única chance que temos de evitar que pessoas e grupelhos se perpetuem no poder é NÃO VOTAR em quem já teve o tempo suficiente para mostrar a que veio.


Seja ele bom ou ruim, o candidato não fará um segundo mandato melhor ou pior que o primeiro. Ele já está muito familiarizado com os vícios da Instituição a que pertence, e agora só pretende eternizar-se lá: fazer carreira e aposentar-se.



É, pois, preciso dar oportunidade para que outras pessoas com vontade de trabalhar, sem os vícios que a longevidade do cargo ensina. E se isso não for suficiente para nos empolgar rumo à renovação, lembramos que a democracia não pode servir para dar "cargos vitalícios" a apenas alguns em nossas instituições políticas: se todos não podem estar lá, pelo menos façamos algum rodízioe aumentemos a participação social!!!



Não sejamos, pois, obedientes vassalos de castas ou oligarquias.



Enfim, dizer NÃO À REELEIÇÃO significa dizer SIM À RENOVAÇÃO; significa eleger pessoas com idéias novas, compatíveis com as nossas, independentemente da idade. E nesse sentido, há que tomarmos alguns cuidados com as escolhas, porque não bastasse a capciosidade do sistema eleitoral brasileiro, a "esperteza" campeia e alguns deles vão tentar nos enganar de novo usando de velhos truques, entre os quais, o de lançar prepostos (parentes, afiliados e amigos políticos) como se fossem "o novo". Uma estratégia que vem dando certo de longa data.