racionalidade e epistemologia

quarta-feira, 8 de junho de 2011

PRESIDENTA, o vocábulo está correto

Tenho lido é ouvido algumas críticas quanto ao uso do vocábulo "Presidenta", especialmente para identificar a Sra. Dilma Roussef. A maioria delas, sugere que essa forma não é gramaticalmente adequada e, portanto, deveria ser evitada. Tenho em mente que as bases teórico-gramaticais comumente utilizadas para tais observações não são as mais corretas, senão vejamos: Alguns fazem a analogia do vocábulo em questão com outros, cuja desinência sufixal "nte" é semelhante, tais quais, estudante, vigilante, viajante, pedinte, escrevente, dominante, etc. Realmente, não se utilizam as formas "estudanta", vigilanta, "viajanta", "pedinta", "escreventa", "dominanta", mas isto é uma questão de hábito e não serve como explicação definitiva para rechaçar o termo "presidenta", pois, só para exemplificar, os mesmos críticos aceitam os termos "governanta" e "parenta"! Como explicam isso? A resposta é simples e já antecipamos: costumes, hábitos. E note-se que a sociedade ainda tem resquícios muito fortes do chamado "machismo" na linguagem. E essa é uma das razões para não termos soldadas, sargentas, tenentas, capitãs etc. Ainda bem que temos senadoras, deputadas, prefeitas e vereadoras, juízas, e até hóspedas, etc. Outros, esquecendo ou utilizando radicalmente (mal) a Gramática Histórica, aplicam sem as necessárias restrições a Gramática Normativa e, o pior, imaginam que o verbo "presidir" é a raiz do vocábulo "presidente/a". Pasmem! Inclusive eméritos professores de língua portuguesa! E a partir desta suposta "verdade" fazem sua analogia com outros verbos! Um engano. Ocorre que em latim temos a locução "prae sidere" que significa "sentar à frente". Esta era a expressão usada no Império Romano para indicar aquele que tinha o comando nas reuniões sociais, políticas e, especialmente no Senado, quando nem havia República, tampouco presidência. E a locução traduzida se espalhou pelo mundo ganhando força quando surgiram as "repúblicas". Firmou-se mesmo na República dos Estados Unidos da América e seu "president" ao final do século XVIII. Mas não precisa ser "expert" em lingüística para saber que os substantivos são as palavras que dão nome às coisas e seres: foram as primeiras palavras proferidas pelos humanos na caverna...as crianças começam a falar identificando seres e coisas...só depois vêm os adjetivos, verbos e suas flexões... E para não nos estendermos no assunto, lembramos que alguns bons dicionários trazem palavras não tão usuais como, presidenta, hóspeda e sargenta, entre outras. Também lembramos que por outro lado, algumas poetisas, ao contrário de Dilma Roussef, preferem ser chamadas de "poetas". Questão de preferência.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Professora Amanda Gurgel: parem de associar a baixa qualidade da educação com o professor

"Presumo que a educação brasileira vai muito bem, obrigado. E para desmistificar a voz recorrente de que ela vai mal, é bom lembrar que a educação básica formal não foi elaborada originalmente para atender as especificidades do mercado. Distorceram o sentido e agora culpam a escola pela falta de mão-de-obra em alguns setores. As empresas querem que a sociedade pague pela qualificação de seus profissionais: defendem seus próprios interesses. Creio que a educação básica deve apenas instrumentalizar o indivíduo com os conhecimentos gerais necessários à cidadania e a absorção de conhecimentos específicos, salvo as escolas técnicas, dirigidas para o trabalho". (Sérgio Corrêa) "Apesar do "charlatanismo" estimulado pelo Estado a fim de aviltar salários, cada vez mais exige-se do educador profissional alta qualificação" (Sérgio Corrêa) A Professora Amanda Gurgel merece as melhores saudações pelo curto, mas, pertinente discurso sobre educação. E não fora o pouco espaço de tempo destinado à sua fala, acreditamos que teria ido além em suas colocações. O fato é que ao descrever sinteticamente a situação educacional em seu Estado, Rio Grande do Norte, a competente educadora apontou objetivamente para algumas questões as quais, por si só, inviabilizam totalmente a qualidade do ensino no Brasil. Primeiro: acertou ao afirmar categoricamente que a educação nunca foi prioridade neste país, embora o discurso corrente nos meios políticos seja sempre o contrário. E o fez apontando para as autoridades presentes no encontro; segundo: justificou essa afirmação mostrando a dura realidade dos professores, que, além de receberem salários insignificantes, são compelidos a jornadas de trabalho extenuantes para sobreviver; terceiro, denunciou a recorrente falta de ferramentas exigidas para uma educação de qualidade; quarto: o pior de tudo, lembrou energicamente que não têm os profissionais da área, merecido o devido respeito profissional por parte da sociedade em geral, na medida em que são responsabilizados pela baixa qualidade do ensino. De fato, há muito tempo, nós professores, ouvimos dos políticos, dos empresários, da mídia e parte da sociedade, o "clamor" por uma educação de qualidade. Estamos até entediados e às vezes até enjoados de ler e ouvir que as escolas são ruins e os professores mal qualificados. Sem dúvida a maioria das escolas públicas são precárias e muitos professores não merecem o título, tal qual em outras profissões. O problema é que generaliza-se! Concomitantemente desconsidera-se que a educação é um processo do qual fazem parte o governo, a escola, a sociedade, a família: e todos deveriam de fato assumir sua cota de responsabilidade. A culpa é sempre da escola, dos professores, nunca do Estado, da sociedade, da família! Temos em mente que a sociedade brasileira recebe a educação de acordo com os reais interesses nela depositados, os quais determinam os investimentos, senão melhor pela dedicação e força de vontade de muitos profisionais com força extrema para vencer obstáculos. E, caso a sociedade desejasse de fato algo melhor, certamente investiria mais, já que cobra além do possível e, para piorar, de quem não deve. Ao invés de "esculhambar" a escola e os professores deveria dirigir-se ao Governo, ao Ministério da Educação e ao Congresso Nacional e propor mais verbas. Aliás, as quantias investidas pelos governos, nas três esferas (Federal, Estadual e Municipal) são mesmo definidas pela sociedade através de seus representantes, bastaria reavaliar os números se isso fosse o desejo. A discussão sobre desvios e/ou má gestão não cabe aqui. Evidentemente, todo profissional tem em mente realizar o melhor de si, executar um bom trabalho e assim obter o merecido reconhecimento: não apenas com palavras, para insuflar o seu ego, mas, sobretudo, com a recompensa pecuniária compatível. Mesmo reconhecendo a necessidade de talento, há muito tempo o magistério deixou de ser um sacerdócio, um ofício para as vocações, para os espíritos humanistas. No mundo real todos precisam de educação e meios para sustentar-se. Todos buscam educação para ascenderem social e econonomicamente, no entanto, tem-se a impressão de que a tarefa de instruir e educar para a cidadania deve ser desvinculada de remuneração condizente. Talvez isso ocorra devido à pulverização dos resultados na sociedade, embora isso não devesse impedir o reconhecimento por parte dos críticos de plantão. Parem de associar a baixa qualidade da educação aos professores! Disse Amanda Gurgel. Evidentemente ela se referiu à dicotomia que há entre as reais possibilidades de um educador executar um bom trabalho e as reais condições que lhes são impostas. Realmente é impossível fazer mais.

ISRAEL NÃO DESEJA A PAZ: Será Obama oportunista?

Antes mesmo de Barack Obama mencionar em discurso que o Estado da Palestina deveria ser criado com base nas fronteiras anteriores à "guerra dos seis dias", as autoridades israelenses já criticavam a fala. O fato é que, de um lado, essa pretensa nova postura dos EUA não condiz com a maneira como eles têm lidado com a questão ao longo do tempo e, de outro, é notório que os israelenses não têm nenhum interesse em facilitar a criação de um Estado Palestino, haja vista sua imensa supremacia econômico-militar na região. Mudar de posição por quê? À luz da racionalidade utilitarista, a permanência do conflito entre judeus e muçulmanos é mesmo altamente interessante para judeus e norte-americanos, sob vários aspectos. A realidade factual "justifica" e autoriza (a pretexto)Israel produzir armamento e utilizar "para se defender" na prática; justifica também o apoio dos EUA, que assim podem sustentar a velha "parceria" belicista na defesa de seus interesses comerciais na região. Trata-se pois, de uma troca "justa". Levando-se em consideração o período pré-eleitoral nos EUA e os movimentos de rebeldia popular no norte da África e no oriente médio, onde os interesses comerciais e políticos do ocidente são enormes, devemos observar com cautela o discurso de Obama e a sinceridade de suas palavras. Enfim, se o bom-senso e o respeito aos postulados e decisões das Nações continuarem sendo distorcidos para acomodar interesses ocasionais; se o ocidente sucumbir frente ao endurecimento israelense, que não pretende devolver os territórios árabes-palestinos, não restará dúvida sobre essa nova "panacéia" diplomática; não restará dúvida sobre a hipocrisia ocidental imperante. Será Obama oportunista?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tragédia na escola: o que fazer?

O lamentável episódio ocorrido em uma Escola Municipal no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira - onde mais de uma dezena de crianças foram mortas por um homicida inescrupuloso - causou comoção e indignação geral. E a partir de uma ótica puramente humanista, não se poderia esperar outra reação coletiva, senão esta. Aliás, é a partir desta visão, desprovida de conhecimentos sobre a própria espécie, que a TV, o rádio e a internet expressam manifestações histéricas. Expressam a indignação diante de barbáries, as quais não caberiam no mundo de pessoas civilizadas: uma suposição. Todavia, quando observamos cuidadosamente a capacidade "humana" de alguns indivíduos para infringir os padrões de convivência social - chegando ao extremo de reduzir o valor da vida de seus iguais a nada - deveríamos ter em mente a natureza humana, as anomalias de alguns indivíduos (distúrbios ou patologias) e o ambiente que construimos enquanto sociedade civilizada. E assim, poderíamos começar a perceber que, lamentavelmente - dentro de parâmetros científicos - tais fatos não surpreeenderiam. Vejamos: O "homem natural" não é "bom" nem "mau", pois não distingüe tais conceitos criados pelo "homem social". Assim, o "homem natural" busca apenas sobreviver e, para tanto, chega a causar danos ao outro: mas com sua ética ancestral "acha" tudo isso natural...é assim que a espécie se mantém e se reproduz. No estágio do "homem social" estabeleceram-se regras de convivência, de educação, de moral e ética mas não criaram um novo homem. E, assim, apesar de ciente da necessidade de seguir normas, o "homem social" ainda carrega dentro de si, latente, o potencial de seus ancestrais para alcançar objetivos nem sempre compatíveis com a nova realidade. E para aumentar as possibilidades de desvios de "conduta social", a modernidade do modo de produção centrado no individualismo, na competição e na necessidade de "ser importante", dá impulso à violação das normas e o retorno do homem sem ética. Por fim, à luz da psicologia e da medicina (no contexto da realidade contemporânea), sabemos que existe indivíduos mentalmente doentes que, pelo potencial de risco que oferecem aos outros e a si mesmo, deveriam estar em tratamento adequado e, no entanto - dado à inviabilidade prática de identificá-los e também de adotar tal medida -, permeiam o coletivo e solapam a vida social, com maior ou menor gravidade, não raras vezes. E isto é fato. No restrito espaço do Rio de Janeiro, dentro de uma escola fundamental, foi a primeira vez... mas em outros lugares, tragédias parecidas, perpetradas por assassinos acima de qualquer suspeita, já ocorreram inúmeras vezes e não vale a pena revolvê-las aqui. Mas o que fazer então? Como vimos, o potencial de risco com fatos lamentáveis dessa ordem existe onde existir o homem e a adoção de medidas para a minimizá-lo não prescinde de uma melhor compreensão do modo de produção, da saúde psíquica e da educação onde os indivíduos estão inseridos. As esferas que decidem têm o dever de corroborar.

domingo, 20 de março de 2011

Líbia, "la piedra del tiempo": mis condolencias a toda la humanidad!

Una vez más los intereses estratégicos occidentales confiere autorizar a uno masacre contra la población y la destrucción de un país soberano. La autodeterminación de los pueblos es mismo "letra muerta" para los dueños del capital. Por lo tanto, Líbia es "la piedra del tiempo". Bajo el pretexto de defensa de civiles (armados contra el Estado), la llamada "coalición" (lease, EE.UU. y sócios) no dude en atacar el pueblo líbio, matar civiles indefensos en escala y destruir la infraestructura de la nación más próspera de la región! No compartimos esta actitud y no discutiremos aqui el mérito de los conflictos internos de Líbia, pero sé que en todas partes hay descontentos y traidores de la patria. ?Es esto la democracia? Los mismos personagens que apoyan a los rebeldes en Líbia, paradójicamente, apoyan la represión contra manifestantes no Bahrein! Solamente intereses escusos explican esto! Sólo la racionalidad de la ganancia puede explicar la barbárie contra los que no hizo daño a sus verdugos! Sí realmente queria poner fin a las dictaduras en el mundo,sería importante comenzar en Arábia Saudita, onde las mujeres no pueden, ya sea, votar! No, este país es un amigo de occidente! Evidentemente, la idea que prevalece en el discurso único (ya, en las mentes del pueblo), es el retiro de los gobiernos cuya ideologia no coincide com el capitalismo selvagen, lo qual concentra la riqueza y distribuye la pobreza. Véase el caso de Venezuela y Cuba: por qué meterse com un gobierno legitimo? Porque es Socialista, nacionalista? Porque actua en defensa de los más humildes y no lo permite la concentración? Sin embargo, si la democracia es lo que están haciendo, ya no podemos más confiar en ella! Mañana, ellos podrían hacer lo mismo con mi país porque son expertos en criar pretextos para intervenir en las naciones, sin verguenza ni humanidad. Tengo en cuenta, que la autodeterminación de los pueblos, de hecho, sólo se producen en el dia que países con largo peso economico y/o militar se unem con otros de vocaciones de respecto a la soberania de las naciones para hacer frente a los bárbaros. En esta perspectiva, China, Russia, Brasil, Venezuela, Cuba y otros constituense en esperanza para protagonizar papel principal en la construcción de un mundo más respetuoso en el futuro. Hasta entonces, mis condolencias a toda la humanidad, en especial a los pueblos que optaram por una sociedad más igualitaria, y por esta razón son atacados por los saqueadores todos los dias.

sexta-feira, 18 de março de 2011

OBAMA NO BRASIL: o renascimento da subserviêcia?

A visita do Presidente dos EUA ao Brasil é eivada de indagações sobre suas finalidades subliminares. Evidentemente, depois de oito anos de Governo Lula, onde as relações bilaterais entre os dois países perderam consistência em prejuízo dos interesses de "tio sam", a Sr.a Dilma Roussef deu-lhes a esperança para o reinício de conversações que lhes sejam mais interessantes. Dilma Roussef resolveu mesmo a fazer o contrário de tudo aquilo que que seu "ex-chefe político" ensinou. Ao deslocar o eixo de nossas transações comerciais com os EUA (mais de 50%, reduzidas para menos de 30%), Lula criou uma situação ruim para eles. Na prática, isso significou não apenas a perda de negócios mas, sobretudo, a perda de capacidade para influenciar nossas políticas interna e externa: engoliram tudo isso com dificuldade. Mas para o Brasil, as estratégias do governo Lula melhoraram em muito nossas condições para enfrentar as barreiras comerciais e as crises geradas pelas economias de ponta. Mas,mesmo não gostando da independência com que o Brasil administrou essas e outras questões, os EUA tiveram que reconhecer publicamente a sensatez e o caráter pacifista de Lula no trato dos conflitos internacionais, ainda que o cutucassem chamando-o de ingênuo. A realidade de conquistas no campo dos negócios e das políticas externas não deveriam retroceder. Ocorre que agora, a Sra. Roussef, preocupada com os direitos humanos (parece que é o ítem número um de sua agenda), defenestra qualquer tipo ação punitiva e desconsidera a soberania das nações e das culturas. Isto é um "prato-cheio" para "tio sam" entender como um recado de apoio às suas pregações sobre o assunto e buscar uma retomada das antigas relações. Aliás, tem muitos "brasileiros" que defendem isso! Não creio que a Presidenta tenha em mente reativar o velho relacionamento de subserviência aos interesses do norte, porém, suas declarações são perigosas na medida em que apresentam semelhança com os anseios obtusos dos EUA. Parece que aí, há uma certa ingenuidade. Exemplo disso é a falta de uma posição objetiva em relação à intervenção na Líbia e permitir passivamente a criação da chamada "zona de exclusão", leia-se "zona de ataque". Não precisa ser especialista em conflitos armados para saber que a posição norte-americana sobre esse assunto já estava definida: retirar Kadafi a pretexto de violação dos direitos humanos de pessoas armadas que se insurgem contra o governo! A iminência da retomada do controle do país pelas forças do governo gerou pânico e precipitou a decisão do Conselho de Segurança do ONU! Vamos dificultar sua vida enquanto ainda há insurgentes! Espera-se que Dilma Roussef reflita um pouco mais e aproveite a estada de Obama no Brasil para deixar claro que esta nação não deseja o retorno à subserviência e, vai continuar defendendo a autodeterminação dos povos. A autonomia e o respeito perante o mundo conquistados em oito anos, não podem ser jogados no lixo. Esta nação quer soberania, relações respeitosas e paz.

domingo, 6 de março de 2011

La guerra inevitable de la OTAN

Por entender que o conflito na Líbia tem outras conotações que vão além daquelas veiculadas pela mídia convencional, hoje dedico este espaço à publicação de um texto encontrado no Blog de Maria de los Dolores Estebaranz em 03/03/2011. http://bloguerosrevolucion.ning.com/profiles/blogs/la-guerra-inevitable-de-la As reflexões de Fidel Castro revelam um pouco da realidade daquele país, historicamente explorado pelo capitalismo central, o qual mais uma vez tenta impor seus interesses estratégicos em uma nação soberana (já boicotada comercial e politicamente, a pretexto de levar democracia! Reflexiones del compañero Fidel A diferencia de lo que ocurre en Egipto y Túnez, Libia ocupa el primer lugar en el Índice de Desarrollo Humano de África y tiene la más alta esperanza de vida del Continente. La educación y la salud reciben especial atención del Estado. El nivel cultural de su población es sin dudas más alto. Sus problemas son de otro carácter. La población no carecía de alimentos y servicios sociales indispensables. El país requería abundante fuerza de trabajo extranjera para llevar a cabo ambiciosos planes de producción y desarrollo social. Por ello suministraba empleo a cientos de miles de trabajadores egipcios, tunecinos, chinos y de otras nacionalidades. Disponía de enormes ingresos y reservas en divisas convertibles depositadas en los bancos de los países ricos, con las cuales adquirían bienes de consumo e incluso, armas sofisticadas que precisamente le suministraban los mismos países que hoy quieren invadirla en nombre de los derechos humanos. La colosal campaña de mentiras, desatada por los medios masivos de información, dio lugar a una gran confusión en la opinión pública mundial. Pasará tiempo antes de que pueda reconstruirse lo que realmente ha ocurrido en Libia, y separar los hechos reales de los falsos que se han divulgado. Emisoras serias y prestigiosas, como Telesur, se veían obligadas a enviar reporteros y camarógrafos a las actividades de un grupo y a las del lado opuesto, para informar lo que realmente ocurría. Las comunicaciones estaban bloqueadas, los funcionarios diplomáticos honestos se jugaban la vida recorriendo barrios y observando actividades, de día o de noche, para informar lo que estaba ocurriendo. El imperio y sus principales aliados emplearon los medios más sofisticados para divulgar informaciones deformadas sobre los acontecimientos, entre las cuales había que inferir los rasgos de la verdad. Sin duda alguna, los rostros de los jóvenes que protestaban en Bengasi, hombres, y mujeres con velo o sin velo, expresaban indignación real. Se puede apreciar la influencia que todavía ejerce el componente tribal en ese país árabe, a pesar de la fe musulmana que comparte sinceramente el 95% de su población. El imperialismo y la OTAN ─seriamente preocupados por la ola revolucionaria desatada en el mundo árabe, donde se genera gran parte del petróleo que sostiene la economía de consumo de los países desarrollados y ricos─ no podían dejar de aprovechar el conflicto interno surgido en Libia para promover la intervención militar. Las declaraciones formuladas por la administración de Estados Unidos desde el primer instante fueron categóricas en ese sentido. Las circunstancias no podían ser más propicias. En las elecciones de noviembre la derecha republicana propinó un golpe contundente al Presidente Obama, experto en retórica. El grupo fascista de “misión cumplida”, apoyado ahora ideológicamente por los extremistas del Tea Party, redujo las posibilidades del actual Presidente a un papel meramente decorativo, en el que peligraba incluso su programa de salud y la dudosa recuperación de la economía, a causa del déficit presupuestario y el incontrolable crecimiento de la deuda pública, que batían ya todos los records históricos. Pese al diluvio de mentiras y la confusión creada, Estados Unidos no pudo arrastrar a China y la Federación Rusa a la aprobación por el Consejo de Seguridad de una intervención militar en Libia, aunque logró en cambio obtener, en el Consejo de Derechos Humanos, la aprobación de los objetivos que buscaba en ese momento. Con relación a una intervención militar, la Secretaria de Estado declaró con palabras que no admiten la menor duda: “ninguna opción está descartada”. El hecho real es que Libia está ya envuelta en una guerra civil, como habíamos previsto, y nada pudo hacer Naciones Unidas para evitarlo, excepto que su propio Secretario General regara una buena dosis de combustible en el fuego. El problema que tal vez no imaginaban los actores es que los propios líderes de la rebelión irrumpieran en el complicado tema declarando que rechazaban toda intervención militar extranjera. Diversas agencias de noticias informaron que Abdelhafiz Ghoga, portavoz del Comité de la Revolución declaró el lunes 28 que “‘El resto de Libia será liberado por el pueblo libio’”. “Contamos con el ejército para liberar Trípoli’ aseguró Ghoga durante el anuncio de la formación de un ‘Consejo Nacional’ para representar a las ciudades del país en manos de la insurrección.” “‘Lo que queremos es informaciones de inteligencia, pero en ningún caso que se afecte nuestra soberanía aérea, terrestre o marítima’, agregó, durante un encuentro con periodistas en esta ciudad situada 1.000 km al este de Trípoli.” “La intransigencia de los responsables de la oposición sobre la soberanía nacional reflejaba la opinión manifestada en forma espontánea por muchos ciudadanos libios a la prensa internacional en Bengasi”, informó un despacho de la agencia AFP el pasado lunes. Ese mismo día, una profesora de Ciencias Políticas de la Universidad de Bengasi, Abeir Imneina, declaró: “Hay un sentimiento nacional muy fuerte en Libia.” “‘Además, el ejemplo de Irak da miedo al conjunto del mundo árabe’, subraya, en referencia a la invasión norteamericana de 2003 que debía llevar la democracia a ese país y luego, por contagio, al conjunto de la región, una hipótesis totalmente desmentida por los hechos.” Prosigue la profesora: “‘Sabemos lo que pasó en Irak, es que se encuentra en plena inestabilidad, y verdaderamente no deseamos seguir el mismo camino. No queremos que los norteamericanos vengan para tener que terminar lamentando a Gadafi’, continuó esta experta.” “Pero según Abeir Imneina, ‘también existe el sentimiento de que es nuestra revolución, y que nos corresponde a nosotros hacerla’.” A las pocas horas de publicarse este despacho, dos de los principales órganos de prensa de Estados Unidos, The New York Times y The Washington Post, se apresuraron en ofrecer nuevas versiones sobre el tema, de lo cual informa la agencia DPA al día siguiente 1º de marzo: “La oposición libia podría solicitar que Occidente bombardee desde el aire posiciones estratégicas de las fuerzas fieles al presidente Muamar al Gadafi, informa hoy la prensa estadounidense.” “El tema está siendo discutido dentro del Consejo Revolucionario libio, precisan ‘The New York Times’ y ‘The Washington Post’ en sus versiones online.” “‘The New York Times’ acota que estas discusiones ponen de manifiesto la creciente frustración de los líderes rebeldes ante la posibilidad de que Gadafi retome el poder”. “En el caso de que las acciones aéreas se realicen en el marco de las Naciones Unidas, éstas no implicarían intervención internacional, explicó el portavoz del consejo, citado por ‘The New York Times’.” “El consejo está conformado por abogados, académicos, jueces y prominentes miembros de la sociedad Libia.” Afirma el despacho: “‘The Washington Post’ citó a rebeldes reconociendo que, sin el apoyo de Occidente, los combates con las fuerzas leales a Gadafi podrían durar mucho y costar gran cantidad de vidas humanas.” Llama la atención que en esa relación no se mencione un solo obrero, campesino, constructor, alguien relacionado con la producción material o a un joven estudiante o combatiente de los que aparecen en las manifestaciones. ¿Por qué el empeño en presentar a los rebeldes como miembros prominentes de la sociedad reclamando bombardeos de Estados Unidos y la OTAN para matar libios? Algún día se conocerá la verdad, a través de personas como la profesora de Ciencias Políticas de la Universidad de Bengasi, que con tanta elocuencia narra la terrible experiencia que mató, destruyó los hogares, dejó sin empleo o hizo emigrar a millones de personas en Iraq. Hoy miércoles dos de marzo, la Agencia EFE presenta al conocido vocero rebelde haciendo declaraciones que, a mi juicio, afirman y a la vez contradicen las del lunes: “Bengasi (Libia), 2 de marzo. La dirección rebelde libia pidió hoy al Consejo de Seguridad de la ONU que lance un ataque aéreo ‘contra los mercenarios’ del régimen de Muamar el Gadafi.” “‘Nuestro Ejército no puede lanzar ataques contra los mercenarios, por su papel defensivo’, afirmó el portavoz rebelde Abdelhafiz Ghoga en una conferencia de prensa en Bengasi.” “‘Es diferente un ataque aéreo estratégico que una intervención extranjera, que rechazamos’, recalcó el portavoz de las fuerzas de oposición, que en todo momento se han mostrado en contra de una intervención militar extranjera en el conflicto libio”. ¿A cuál de las muchas guerras imperialistas se parecería esta? ¿La de España en 1936, la de Mussolini contra Etiopía en 1935, la de George W. Bush contra Iraq en el año 2003 o a cualquiera de las decenas de guerras promovidas por Estados Unidos contra los pueblos de América, desde la invasión de México en 1846, hasta la de Las Malvinas en 1982? Sin excluir, desde luego, la invasión mercenaria de Girón, la guerra sucia y el bloqueo a nuestra Patria a lo largo de 50 años, que se cumplirán el próximo 16 de abril. En todas esas guerras, como la de Vietnam que costó millones de vidas, imperaron las justificaciones y las medidas más cínicas. Para los que alberguen alguna duda, sobre la inevitable intervención militar que se producirá en Libia, la agencia de noticias AP, a la que considero bien informada, encabezó un cable publicado hoy, en el que se afirma: “Los países de la Organización del Tratado del Atlántico (OTAN) elaboran un plan de contingencia tomando como modelo las zonas de exclusión de vuelos establecidas sobre los Balcanes en la década de 1990, en caso de que la comunidad internacional decida imponer un embargo aéreo sobre Libia, dijeron diplomáticos”. Más adelante concluye: “Los funcionarios, que no podían dar sus nombres debido a lo delicado del asunto, indicaron que las opciones que se observan tienen punto de partida en la zona de exclusión de vuelos que impuso la alianza militar occidental sobre Bosnia en 1993 que contó con el mandato del Consejo de Seguridad, y en los bombardeos de la OTAN por Kosovo en 1999, QUE NO LO TUVO”. Fidel Castro Ruz Marzo 2 de 2011 8 y 19 p.m.

sábado, 29 de janeiro de 2011

EGITO: DITADURA DE DIREITA NÃO É DITADURA!

As escaramuças ocorridas no Iêmem, na Tunísia e agora no Egito, têm algumas semelhanças e não ocorreram por acaso. Mas esses fatos merecem ser olhados a partir de pelo menos dois pontos de observação: Primeiro, a partir dos conceitos, teorias e paradigmas vigentes no mundo ocidental, cujo peso na realidade do mundo é bem maior do que a sociedade humana está acostumada a quantificar. O fato é que historicamente as nações capitalistas hegemônicas arrogaram-se o direito de determinar a “ordem econômico/política mundial” e, que no formato vigente de “globalização”, não há espaços para Socialismo, Nacionalismo ou autonomia econômico-política! Hoje, na prática, ou se adotam conceitos e teorias da “economia de mercado”, sob os paradigmas da “globalização”, impostos pelos países mais ricos, ou assumem-se todos os riscos de um país “não-alinhado”, o que é péssimo! Pois assim não há alternativa! Em suma, o determinismo do capitalismo internacional retirou das nações menos desenvolvidas a capacidade de distribuir internamente as riquezas naturais, agrícolas ou manufaturadas, e, inclusive a soberania para escolher modelos de produção e Regimes de Governo compatíveis com seus interesses! E isto ajuda a explicar o paradoxo da aceitação por parte dos países mais ricos, de Governos autoritários e anti-democráticos, inclusive a sua perpetuação, sem qualquer espécie de represália como costumam fazer com seus opositores. Por outro lado, os “não-alinhados” sofrem discriminação, pressão, embargos e agressões constantes! Evidentemente, eles apresentam explicações de ordem variada para essa dicotomia conceitual, as quais são desprovidas de sentido lógico. Apenas para lembrar alguns desses paradoxos atuais que somente a “racionalidade capitalista” estilo “camaleão” pode justificar : Que democracia são essas que estão em vigência há décadas em países “amigos” dos norte-americanos, tais como, o Egito? A Tunísia? O Iêmem? A Arábia Saudita? O Paquistão e outros do Oriente Médio? Certamente, só interesses velados explicariam, pois em alguns deles até hoje as mulheres não têm direito ao voto e, em outros, o Governo passa de pai para filho. Será que ditadura de direita não é ditadura? A bem da verdade, essas ditaduras e aristocracias só se tornariam inimigos de “Tio Sam” e “não-alinhados” na medida em que pretendessem independência e soberania! Portanto, não foi por acaso a invasão do Iraque por duas vezes em vinte anos; o bloqueio a Cuba por mais de 40 anos; as pressões, sanções e ameaças à Coréia do Norte e ao Irã. Do ponto de vista das ingerências externas nos conflitos desta semana no Egito, é bom que a população esteja avisada e preparada pois ao que tudo indica Mubarak já caiu em desgraça perante os norte-americanos, tal como aconteceu com Pinochet, que eles colocaram no governo do Chile e depois pediram sua cabeça! Quanto ao segundo ponto de observação, é imperioso notar que a população do Egito, em especial, os mais humildes e a classe média, também empobrecida pelas circunstâncias do modelo econômico capitalista em crise (mais uma vez), já não agüentava mais um governo perpétuo que só tem feito piorar a situação. Uniram-se no descontentamento e partiram para ações mais práticas, embora sem saber exatamente o que virá depois. O problema é que o Egito tem um certo peso econômico e político no Oriente Médio e isso pode repercutir além de suas fronteiras. Além disso, em se tratando de crises dessa ordem, o mundo capitalista já está abarrotado de problemas a resolver. Mas parece que o importante para a população agora é a derrubada de Mubarak. Todavia, ao que tudo indica, caso ele seja deposto ou forçado a deixar o cargo, alimenta ainda a idéia de fazer seu filho o novo Presidente e, assim, apasiguar os ânimos. Nesse caso, as políticas públicas não mudariam grande coisa já que as idéias são parecidas e a realidade do país face ao mundo globalizado não oferece muitas alternativas para mudanças. A perspectiva mais provável é que esse conflito está só no início, razão suficiente para preocupar a “comunidade internacional” (leia-se EUA) especialmente. E por ora não se sabe até que ponto essa situação somada à crise na Tunísia afetará a região. Resumindo: há interesses norte-americanos e de aliados nesse imbróglio. Não com a situação da democracia, tampouco, com a precarização da vida dos egípcios, mas, sobretudo, com a possibilidade do país cair em mãos de algum nacionalista anti-americano! Enquanto o ditador de direita tinha o comando do país estava tudo certo! A coisa ficou mesmo complicada para o “amigo” Presidente Mubarak (por mais de trinta anos) pois já começaram a chamá-lo de “ditador”! (Para o Chaves não deram tanto tempo!) Finalmente, população do Egito, tal qual a da Tuinísia, dá uma demonstração aos ocidentais de que é capaz de expurgar (ainda que tarde) um ditador caudatário de interesses alheios aos seus. Sérgio Corrêa